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Correio Popular - Caderno C - Capa - Leila Guimarães


Leia abaixo, matéria na íntegra

Um recital com a soprano Leila Guimarães, uma das principais cantoras líricas brasileiras, é a atração de hoje da Semana Carlos Gomes, evento realizado pela Delegacia Regional de Cultura do Estado e Secretaria Municipal de Cultura que marca a morte do maestro campineiro. Leila se destaca também porque é a principal intérprete da obra de Carlos Gomes. E a primeira vez que ela canta em Campinas. Leila se apresentou em São Paulo, para onde Gomes foi quando deixou Campinas; no Rio, onde ele viveu antes de ir para a Europa; em Milão, cidade que o acolheu por mais de 30 anos; e em Belém, onde o maestro morreu. “Só faltava Campinas, a cidade natal dele”. afirma.

O recital, que acontece no Centro de Convivência, às 21h, será precedido da palestra Carlos Gomes — Variações e Divagações, com Marcus Góes, marido de Leila. A palestra, que acontece às 20h30, e o recital serão uma rara oportunidade para o público campineiro conhecer um pouco mais sobre o compositor campineiro.

Leila, que cantará acompanhada da pianista Susana Ferram, mostrará exclusiva-mente obras de Carlos Gomes. “Fiz uma seleção de canções e árias que se adaptam melhor à minha voz”, afirma. São peças do repertório que a cantora está acostumada a cantar por onde passa. “As peças de Carlos Gomes são maravilhosas, mas muito difíceis de cantar; ele é um gênio”, diz.

Nascida em Volta Redonda (RJ), começou a cantar aos 13 anos e, desde cedo, diz ter se apaixonado pelo compositor campineiro. No Rio, onde estudava canto, conheceu Marcos Góes — outro apaixonado pela obra de Gomes. Hoje, é a cantora lirica brasileira que mais divulga a obra do compositor campineiro na Europa.

O programa traz o seguinte repertório: as canções Lontana, Spirto Gentil, Mon Bonheur e Lisa me vos tu Bem; e as árias Oh mie Notti D’amor (da ópera Maria Tudor), Quale Orribile Peccato (da Fosca), Monó logo de Odalea (de Condor), Foram-me os Anos da Infância (de Joanna de Flandres).

Leila cantou, entre outros, com Placido Domingo (Othello) e Luciano Pavarotti, tendo recebido ao lado deste um Emmy da TV norte-americana pela atuação em La Bohême, em 1982.

PALESTRA

Marcus Góes é biógrafo de Carlos Gomes e considerado uma das maiores autoridades sobre o maestro. O livro Carlos Gomes:A Força Indômita foi lançado em 1996 pela editora Secult, de Belém (PA).

Pesquisador, crítico de música e advogado, esse carioca que recebeu o titulo de cidadão campineiro vai falar hoje sobre alguns aspectos “pouco conhecidos ou distorcidos da vida de Carlos Gomes”.

Um desses aspectos é o que atribui a Carlos Gomes o fato de ter ganhado uma bolsa do imperador Pedro II. “Ele não ganhou a bolsa, mas foi selecionado por ter ganhado a medalha de ouro como o primeiro aluno da classe no Conservatório de Música do Rio de Janeiro, em 1863”. Ou seja. “por méritos próprios”.

Vai falar também sobre a polémica separação da mulher, ocorrido, para muitos, pelo fato de ele ser “muito mulherengo”. Segundo Góes, o motivo teria sido adultério da mulher. “Peguei o processo nos arquivos. Pode nem ser verdade, mas ele cismou que a mulher o traia e pediu a separação.

Góes também vai falar do sucesso de O Guarani, em Milão, em 1870.0 editor Francesco de Lucca pagou a ópera adiantado, porque era uma forma de ele contrapor àCasa Ricordi. Neste caso, patrocinando estrangeiros ou compositores novos, em que Carlos Gomes se enquadrava. Também valeu o sucesso de uma ópera africana na Itália. Ou seja, o exótico dava dinheiro e Carlos Gomes também estava dentro desse perfil.

Góes lançou a biografia de Gomes na Itália, onde vive, em 1997. Entre outras coisas, defende a tese de que o brasileiro influenciou vários compositores que vieram posteriores a ele, como Amilcare Ponehieilim, autor de La Gioconda.

Os italianos, claro, não aceitam a tese, assim como ainda continuam a achar Carlos Gomes um produto exótico. “Eles desconhecem nossa cultura; globalização só serve para o Primeiro Mundo. Do Brasil eles consomem futebol, samba, MPB, Jorge Amado e Paulo Coelho, mas sempre com olhar de exotismo”.

Felizmente, há exceções. Em fevereiro de 2003, Leila Guimarães apresenta na Bélgica a Missa de Nossa Senhora da Conceição, de Carlos Gomes, produzida por Hilaire de Slagmeulder, com orquestra e coro. “Ele é louco por Carlos Gomes e criou uma entidade na Bélgica de estudos do compositor”.

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