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Campinas-SP

 

CDI CAMPINAS COMPLETA DEZ ANOS  


O Comitê para a Democratização da Informática (CDI) é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos que, desde 1995, desenvolve o trabalho pioneiro de levar a informática às populações menos favorecidas. Por meio nas EICs – Escolas de Informática e Cidadania – desenvolve programas educacionais e profissionalizantes visando diminuir a exclusão digital a que essas comunidades são submetidas. São 38 comitês nacionais, em 19 estados e, 9 internacionais. Em Campinas – onde começou a atuar em maio de 2000 – o CDI mantém atualmente 46 Escolas de Cidadania e Informática e, desde 2000, já atendeu mais de 6000 pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos. A meta é expandir o número de EICs para 50 até o final desse ano. A organização capta recursos técnicos e financeiros por meio de parcerias com empresas, instituições filantrópicas o poder público, que além de doarem equipamentos e verba, apoiam com trabalho voluntário, técnico e de instrução em aulas.


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João (esquerda) e Paulo (direira) são exemplos da diversidade do curso (foto:Luís F. Magalhães)


O Comitê para Democratização da Informática de Campinas completou, no dia 20/05/2010, dez anos de trabalho de promoção da inclusão social, usando as tecnologias da informação e comunicação para construção e exercício da cidadania. Em parceria com 91 ONGs, a entidade já formou cerca de 30 mil alunos, hoje com 40 Escolas de Informática para Cidadania (EICs) localizadas em 10 cidades da Região Metropolitana de Campinas. Destas, 26 são na cidade de Campinas. A entidade já reciclou mais de 800 computadores doados e formou 1.152 educadores sociais, técnicos em informática e coordenadores de EICs, nas comunidades de baixa renda.

A evolução da tecnologia nesses dez anos provocou mudanças também na instituição. Foram adquiridos novos equipamentos, investimentos em softwares livres – com o código fonte aberto, a infra-estrutura mudou, porém a metodologia se manteve a mesma. “Apesar das mudanças, nosso objetivo inicial de incluir digital e socialmente a pessoa, promovendo a leitura do mundo e da sociedade, se manteve”, revela Helena Whyte, coordenadora geral da ONG.

Ela ressalta a importância de uma organização não-governamental completar dez anos. “Isso quebra a crença de que o brasileiro quer sair ganhando com tudo e prova que nosso povo tem valor”, afirma. Para os próximos dez anos, o CDI Campinas pretende continuar fazendo o papel de articulador na sociedade, mobilizando e apoiando as comunidades, mas sem desobrigar o Estado a assumir sua responsabilidade na questão educacional.

Diversidade e desafios
Além das escolas sediadas em outras entidades, o CDI Campinas também possui duas salas de aula na própria sede, no Parque Itália. Lá são atendidas pessoas de todas as idades, com os cursos de formação de educador, técnico de manutenção de computadores, monitor de acesso livre e coordenador de EIC. Entre os alunos da sede estão o adolescente Nicholas Silva, 14 anos, e o aposentado João Peroni, 58. De diferentes épocas, ambos fazem o curso de manutenção de computadores e são exemplos da diversidade. “Na minha idade não é fácil mexer no computador, mas também não é impossível”, confessa João.

Em dez anos de atividade e muitas dificuldades, o problema base do CDI Campinas é relacionado aos recursos, pois “sempre tem mais demanda para ser atendida do que recursos para realizar”, confessa Helena Whyte. Entretanto, também há outros problemas como o desinteresse pelo conhecimento. “Hoje, muitos tem o acesso à rede apenas para a diversão pessoal, pois cresceu o acesso à internet mas não o nível educacional”, comenta a coordenadora. Outro desafio, explica, “é achar voluntários envolvidos com a ação social e com conhecimento em informática” e, para isso, a entidade forma os educadores com pessoas das próprias comunidades.

Recursos
O CDI Campinas arrecada recursos financeiros através da doação de diversos setores e em 2009 trabalhou com uma verba de R$ 401 mil para atender a 40 EICs na região. Entre as principais doações estão as governamentais, que totalizaram 35,3 % dos recursos. As empresas privadas contribuíram com 16, 3%, e a destinação do Imposto de Renda, somaram 28,8 % das doações no ano de 2009.

Outro apoio que a ONG recebe vem da campanha permanente chamada Megajuda, que incentiva a doação de computadores e seus componentes para a instituição. Essas doações podem ser programadas pelo site www.cdicampinas.org.br. Em 2009 foram reciclados mais de 800 computadores, que são utilizados pelos alunos das EICs.

Resultados
Um exemplo de como os cursos de Cidadania e Informática podem transformar pessoas tem sido vivenciado pelo Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Paulínia. O grupo inaugurou uma EIC em 2002, dentro do programa de melhoria da segurança dos bairros, com o apoio da transnacional Exxon. Hoje 88 alunos participam de duas aulas semanais e, segundo Sueli Paiva Oliveira, coordenadora da EIC e vice-presidente do Conseg, é possível perceber mudanças significativas no comportamento dos alunos.

Ela relata que “no início de cada turma os alunos chegam muito agitados, discutem, jogam lixo no chão, mas ao final saem outras pessoas, você percebe que aquela vivência fez muita diferença, formou cidadãos”. Em 2006, quando entrou no Conseg, Sueli conta que viu a importância desse tipo de iniciativa e decidiu investir na proposta da EIC: “o mérito maior do projeto é resgatar a cidadania das pessoas”.

10 anos de história
Fundado por um pequeno grupo de voluntários em 2000, o CDI Campinas foi criado com a percepção de que a região Campinas, apesar de ser um importante pólo tecnológico, registrava um grande índice de exclusão social. A instituição começou com poucos recursos, apenas duas EICs e ensinando apenas o pacote básico de escritório, com a maioria dos computadores sem internet e sem uma sede oficial.

Porém, a ONG começou a arrecadar fundos e evoluiu, no ano seguinte, para dez EICs. Hoje o CDI Campinas trabalha em parceria com ONGs e OGs da Região Metropolitana de Campinas, com 40 EICs em funcionamento. São vários eventos e projetos sociais desenvolvidos durante o ano nas comunidades que sediam as EICs. A entidade é reconhecida e premiada internacionalmente por organizações como ONU, Unesco e BID, por ensinar seus alunos que o domínio de novas tecnologias abre oportunidades de trabalho e geração de renda, permite o acesso a fontes de informação e a busca coletiva de soluções para os problemas enfrentados pelas comunidades.

Comemoração

A festa de comemoração dos 10 anos de trabalho do CDI Campinas foi realizada no dia 20 de maio, com uma festa no auditório do CPqD, com a presença de 120 parceiros, colaboradores, conselheiros e amigos. Foram apresentados os resultados e desafios, os projetos de ação social das comunidade das EICs e homenageadas algumas pessoas que coordenaram o trabalho de inclusão digital da ONG: fundador, conselheiro, funcionário, voluntário, parceiro e EICs.


Fonte
Helena Whyte, coordenadora geral
(19) 3273 0626 / www.cdicampinas.org.br

CDI - Perfil dos educandos
65% dos estudantes têm entre 10 e 18 anos
56% são mulheres
65% são mulatos ou negros
77% têm famílias com pelo menos quatro pessoas
63% não têm nenhuma renda mensal
29% têm uma renda mensal variando entre um e dois salários mínimos

Fonte: Instituto Superior de Estudos da Religião ISER / 2000


 

 
 
   
   
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