CAMPINAS/SP

Ronda externa é feita nas unidades para evitar a chegada de aparelhos e drogas, mas Campinas ainda concentra o maior número de ordens de dentro da cadeia.

"Não há um mês sequer que a região de Campinas fique sem apreensões. Já chegamos a encontrar drogas dentro de bolos de carne, celulares em pacotes de bolacha... Tudo tem que ser muito bem verificado pelos nossos agentes", conta Antônio Pereira, presidente do Sindespe, sindicato que responde pelos agentes de escolta e vigilância penitenciária.



"As maiores apreensões estão sempre na região de Campinas porque o crime organizado está fortalecido no interior e escolheu uma região rica, de grande poder aquisitivo, para agir. Um exemplo: ataques a caixas eletrônicos, que são muito frequentes no interior, estão sempre ligados ao PCC e, portanto, com ordens que partem de dentro da cadeia. Então, quando nossos agentes encontram tantos aparelhos, como nessa madrugada em Hortolândia, - onde só de aparelho celular foram 126 apreendidos - sabemos que o crime organizado pode estar planejando alguma ação", diz Antônio.



Ao todo, a região de Campinas é a que concentra o maior número de presídios do país. São quinze unidades, espalhadas ao redor da metrópole. E na relação preso/agente, são 6 detentos para cada profissional da segurança. "Nós fazemos uma ronda externa aos presídios para impedir a entrada desses aparelhos nas unidades prisionais. É a forma que encontramos para tentar combater o planejamento das ações do crime organizado. Sabemos que cada celular desse, impede um contato. Mas no dia seguinte, eles vão tentar mais uma vez", finaliza Pereira.