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"QUANDO AS PERNAS FAZEM MISERÊ FAZ ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES EM CAMPINAS  


Montagem elaborada pelo diretor teatral Luís Carlos Nem, que realiza a obra em homenagem a Vicente Ferreira Pastinha, grande mestre da Capoeira Angola, que dedicou toda a vida na atitude de manter acesa a chama da autêntica capoeira. O espetáculo é resultado da pesquisa feita em parceria com os atores/capoeiristas Angoleiros de Campinas, integrantes do Grupo de Capoeira Sementes do Jogo de Angola, liderados pelo Mestre “Jogo de Dentro”, formado pelo Mestre João Pequeno, hoje com 87 anos, ainda em atividade em Salvador. Além de contar a história de vida do Mestre Pastinha, “Quando as Pernas Fazem Miserê” tem como proposta estética levar ao público a trajetória e a resistência de uma das expressões artísticas mais digna de respeito da cultura nacional.


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Depois do sucesso das apresentações no Espaço Lume, localizado no distrito de Barão Geraldo, Campinas terá a oportunidade de assistir por mais um final de semana o espetáculo teatral “Quando as Pernas Fazem Miserê” no Teatro do Centro de Convivência Cultural, nos dias 29 de setembro e 01 de outubro (quinta-feira e sábado, respectivamente), às 20h30, e no dia 02 (domingo), às 19h, com entrada gratuita. Os convites poderão ser retirados com 1 hora de antecedência nas bilheterias do Teatro.

Deixando os guetos para adentrar academia
A capoeira como forma de equilíbrio entre o corpo e o espírito. Esse é o tema central do estudo realizado pelo pesquisador e diretor teatral, Luís Carlos Nem, que realiza a obra em homenagem a Vicente Ferreira Pastinha, grande mestre da Capoeira Angola, que dedicou toda a sua vida na atitude de manter acesa a chama da autêntica capoeira. O espetáculo é resultado da pesquisa feita em parceria com os atores/capoeiristas Angoleiros de Campinas – integrantes do Grupo de Capoeira Sementes do Jogo de Angola, liderados pelo Mestre “Jogo de Dentro”, formado pelo Mestre João Pequeno, hoje com 87 anos, ainda em atividade em Salvador – e será defendida em breve como tese de mestrado de Luís Carlos Nem no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas.

O espetáculo é especial por vários motivos. Um deles por ser primeiro a receber recursos da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, através da Lei Rouanet, dentro do Instituto de Artes da Unicamp. Para o diretor do espetáculo, Luis Carlos Nem, o feito foi uma conquista não só de seus organizadores, mas também do Instituto de Artes que poderá ter outros de seus projetos aprovados pelo Ministério da Cultura.

Em plena fase de expansão como forma de expressão corporal, a Capoeira Angola vem se tornando uma arte/luta capaz de envolver povos do mundo inteiro em busca do resgate da auto-estima entre populações afros. “Não são poucos os mestres de capoeira no Brasil que se dedicam para atender a demanda estrangeira de oficinas em eventos de arte do mundo inteiro. O Mestre Jogo de Dentro é um exemplo claro disso”, diz o diretor da peça.

Integrante do elenco de “Quando as Pernas Fazem Misere”, Mestre “Jogo de Dentro” é apenas um dos mestres que contribuem para a internacionalização da capoeira. Somente nos dois últimos anos, “Jogo de Dentro” tem participado de eventos em prol da difusão da capoeira em países como Canadá, Estados Unidos, Bolívia, Nova Zelândia, Espanha e Israel. Mestre João Grande – figura que inspirou um dos personagens da peça – é considerado o maior pioneiro na descentralização da Capoeira Angola. Discípulo de Mestre Pastinha, João Grande foi o primeiro mestre convidado a participar do Festival de Arte Negra em Atlanta, Estados Unidos, em 1991, indo posteriormente para Nova Iorque, onde fixou residência e fundou sua academia, a Capoeira Angola Center, hoje referência mundial na arte da Capoeira Angola.

Um espetáculo visual
A concepção do espetáculo é baseada na malícia do jogo e na dança da capoeira. Juntos, esses elementos contribuem para construção de uma cena poética perfeita. Um ”espetáculo-roda”, que oscila entre o universo lúdico teatral, com elementos que compõe um espetáculo, e uma roda de capoeira angola, onde o jogo e a relação entre os protagonistas torna-se vivo e autêntico a cada instante. O ritmo lento e cadenciado pelas batidas do ataque fazem da capoeira angola uma arte ainda mais bonita de se ver por ser jogada, praticamente, rente ao chão e bem mais devagar que a capoeira regional.

O espetáculo, com cerca de 1 hora de duração, utiliza elementos pouco convencionais. Mesmo o que é corriqueiro, quando posto em cena ganha um novo formato. O palco, em formato de arena, possui frentes distintas. Cada centímetro do espaço é utilizado pelos intérpretes. O chão parece ganhar vida a cada passagem. E o público é levado a entrar na arena, senão fisicamente, certamente toda a sua emoção. A utilização de recurso audiovisual é outro ingrediente do espetáculo. Imagens da Bahia, das ladeiras do Pelourinho, das Festas de Largo e de outros capoeiristas serão projetadas em um telão durante alguns instantes enquanto os intérpretes estão em cena. “Quando as Pernas Fazem Miserê” tem na mistura de linguagens e na improvisação o alicerce que faz do espetáculo uma surpresa a cada encenação.

Um mestre na roda
O ator Servílio de Holanda deixou a cidade de João Pessoas/PB por um tempo especialmente pra viver o personagem do Mestre Pastinha junto aos integrantes do espetáculo “Quando as Pernas Fazem Miserê”. Reconhecido internacionalmente pela excelente atuação no memorável espetáculo Vau da Sarapalha, do diretor Luis Carlos Vasconcelos, o ator vem acumulando elogios da crítica e do público. Somente este ano, Servílio de Holanda recebeu sete prêmios devido sua brilhante atuação no curta Entre Paredes, sendo eles seis Kikitos no Festival de Cinema de Gramado e o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cinema de Recife.

Integrante e professor permanente da Escoa de Teatro Piolim, foi através de sua brilhante atuação com o personagem de cachorro no espetáculo Vau da Sarapalha - uma adaptação do conto de Guimarães Rosa – que Servílio teve seu talento reconhecido. A peça foi sucesso de público tanto no Brasil como no exterior. Dentre os lugares visitados estão: Cádiz (Espanha), Lisboa (Portugal), Hamburgo (Alemanha), Londres (Inglaterra), Gent (Bélgica), Montevidéu (Uruguai) Buenos Aires (Argentina), Bogotá (Colômbia) e a cidade de Caracas (Venezuela). Sarapalha não apenas revelou o talento de Servílio de Holanda, como também lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Teatro de São José do Rio Preto (1992) e de Melhor Ator no Festival Ibero Americano de Teatro de Cádiz (1993).

Além disso, Servílio atuou no monólogo O Crepúsculo de Van Gog, com direção de Eliza Tolledo Tood. Em 2002, atuou junto com Matheus Nachergalle na peça Woyzeck – O Brasileiro, com direção de Michele Forjaz, e em 2003 participou pa Pocket Ópera Portinari à Ópera, que ficou em cartaz no Sesc São Paulo, com direção de Luis Carlos Vasconcelos. No cinema, o ator fez diversas atuações tanto em curtas como em longas metragens. São eles: Baile Perfumado (1997), São Gerônimo (1998), O Primeiro dia (2000), Abril Despedaçado (2001), Os Desvalidos (2005), e os curtas A Canga (2001), Corpos Porcos (2004) e o premiado Entre Paredes (2005).

Mestre Pastinha
Nascido em1889, dizia não ter aprendido capoeira na escola, mas sim com a sorte. Afinal, foi o destino o responsável pela iniciação do pequeno Pastinha, ainda garoto, no jogo. Em depoimento prestado no ano de 1967, no Museu da Imagem e do Som, mestre Pastinha relatou a história da sua vida: “Quando eu tinha uns 10 anos – eu era franzininho – um outro menino mais taludo do que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para rua – ir na venda fazer compra, por exemplo – e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando dele, sempre. Então eu ia chorar de vergonha e de tristeza”. A vida iria dar ao moleque Pastinha a oportunidade de um aprendizado que marcaria todos os anos da sua longa existência.

Foi através do preto Benedito, um escravo alforriado, que o mestre começou a descobrir a malícia e o poder de enfrentar um adversário bem mais forte do que lhe parecia. Pastinha começou a freqüentar o cazuá de Benedito, e pouco tempo depois sairia considerado pronto pelo mestre e seguiria fortalecendo a fama de imbatível pelas ruas e ladeiras da capital baiana.

Foi na atividade do ensino da capoeira que Pastinha se distinguiu. Ao longo dos anos, a competência maior foi demonstrada no seu talento como pensador sobre o jogo da capoeira e na capacidade de comunicar-se. Os conceitos do mestre Pastinha formaram seguidores em todo país. A originalidade do método de ensino, a prática do jogo enquanto expressão artística formaram uma escola que privilegia o trabalho físico e mental para que o talento se expanda em criatividade.
Vicente Ferreira Pastinha morreu no ano de 1981.

Durante décadas dedicou-se ao ensino da Capoeira. Mesmo completamente cego, não deixava seus discípulos. E continua vivo nas rodas de capoeiras, nas cantigas, no jogo. “Tudo o que penso da capoeira, um dia escrevi num quadro que está na porta da minha Academia. Em cima, só estas três palavras: Angola, Capoeira, Mãe. E embaixo, o pensamento: Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista”.

Ficha Técnica:
Espetáculo: Quando as Pernas Fazem Miserê – Uma homenagem ao mestre Pastinha
Direção e Concepção: Luís Carlos Nem
Ator Convidado: Servilio de Holanda
Participação Especial: Mestre Jogo de Dentro
Elenco: Brisa Vieira, Danny Soares, Fábio Tomé, Hugo Burg e Renata Lima
Direção Musical: Plínio Ferreira
Produção: Sylla Jonh Taves
Assistência de Direção: Daniela Amoroso
Roteiro: Frede Abreu e Luís Carlos Nem
Orientação Mimeses Corpórea: Renato Ferracini
Orientação Bonecos: Miguel Vellinho
Confecção de Bonecos: Renato Spinelli e Eloísa Dile
Cenário: Daisy Caribe e Leila Leme
Figurino: O grupo
Iluminação: Luís Carlos Nem

Serviço:
Campinas / SP - Entrada gratuita
Dias 29 setembro, 01 e 02 de outubro, às 20h30
Centro de Convivência Cultural de Campinas – Praça Imprensa Fluminense, s/n, Cambuí
Fone: (19) 3232 - 5977

Fontes:
Sylla Jonh Taves (Produtor) - Tel: (19) 3788 5119 Luis Carlos Nem (Diretor) - Tel: (19) 3289 4223 / 9787 9442

 


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