Campinas/SP - Quarta, 24 de abril de 2024 Agência de Notícias e Editora Gigo Notícias  
 
 
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SE ALGUÉM NÃO ENCONTROU A FELICIDADE...  


O Dr. Silvio Saidemberg formou-se pela faculdade de ciências Médicas da Unicamp, fêz residência de psiquiatria em programa afiliado à Universidade de Pittsburgh (Pennsylvania), pós-graduação clínica avançada em Psiquiatria da Infância e da Adolescência no Strong Memorial Hospital (Universidade de Rochester/New York). No Brasil, atuou por mais de 13 anos como docente de Psiquiatria e Medicina Psicossomática na Faculdade de Ciências Médicas da PUC Campinas, além de contribuir ao longo dos anos em cursos para profissionais da área da saúde. Também dedicou tempo adicional para desenvolver programas de prevenção ao abuso de drogas na comunidade e para a organização de programas de reabilitação de dependentes químicos. Nos Estados Unidos, onde clinicou nestes últimos 4 anos, Saidemberg atuou como diretor médico do Greater Binghamton Health Center (New York), foi professor associado da NYCOM e do King´s College, proferiu palestras, participou de congressos e conferências e, no último ano, exerceu o cargo de diretor médico do Programa de Medicina do Comportamento no Wausau General Hospital (Wisconsin). Estas experiências permitiram uma grande vivência profissional, em instituições muito estruturadas ciosas da necessidade de análise e mensuração de resultados da investigação clínica e dos tratamentos.
Contato: ssaidemberg@yahoo.com


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Silvio Saidemberg (*)


Nos últimos 30 anos, os cidadãos da Dinamarca classificaram-se melhor que cidadãos de 178 paises em termos de satisfação com a vida de acordo com a respeitável revista médica britânica: British Medical Journal, na edição de 23 de dezembro de 2006. Os pesquisadores reviram seis possíveis explicações e concluiram que o segredo do país é a cultura de baixa expectativa em relação ao sucesso. Kaare Christensen, como chefe da pesquisa acredita que a baixa expectativa em termos competitivos faz com que aqueles que tentam fazer o melhor sem o peso exagerado da expectativa desfrutem mais o resultado de eventuais vitórias.

A felicidade é um estado emocional que é caracterizado por sentimentos de saúde, bem estar, segurança, contentamento, prazer e amor. Inclui-se a presença de condições favoráveis de vida familiar, de amor no casamento e progresso econômico. Em oposição, encontram-se a sensação de perda, ansiedade, dor, sofrimento devido a frustrações várias e depressão. Diante de circunstâncias desfavoráveis, como erros cometidos, rejeição sofrida, injustiças, acidentes, perda do emprego ou conflitos sobrevem a infelicidade. O filósofo grego Aristóteles há mais de 2300 anos considerou que felicidade era o que os seres humanos desejavam como conseqüência de suas ações e aquisições. Assim, podemos deduzir que riqueza, fama, poder, prazer, amor, honra são todos meios para se atingir a felicidade.

Instituições sociais se estabeleceram para julgar mérito quanto à felicidade ou punição, desprezo e até infelicidade permanente. Aceitou-se que a punição era necessária para corrigir, aperfeiçoar ou descartar seres humanos “sem mérito”. Acreditou-se que felicidade duradora ou mesmo permanente fosse algo inalcançável, defendeu-se que a felicidade verdadeira viesse a ser encontrada somente em uma condição após a vida. Para se contrabalançar o fato das pessoas justas poderem ser submetidas à injustiça e ao sofrimento, valorizou-se o martírio e o sofrimento como provações pelo misterioso critério divino. A valorização da punição tem justificado indevidamente o controle social cruel e o controle social violento foi utilizado para a promoção da tirania através dos séculos. Em contraposição, através dos últimos séculos, defendeu-se que a sociedade tem a obrigação de gerar a maior felicidade para o maior número de pessoas . No seu lado extremo, considerou-se que apenas quando as sociedades se aperfeiçoarem, a felicidade será “possível e justa”. A solução utópica da sociedade perfeita foi buscada por várias gerações no século 20, cada experimento nesse sentido provou-se opressivo, conducente à cruel submissão social e extremamente punitivo para a expressão individual.

Por séculos em algumas regiões da Ásia pensou-se nas conseqüências maléficas de cada ação, consequências essas que seriam inevitáveis, uma vez a ação iniciada. Isto estimulou a idéia de que a inação e a passividade deveriam ser o objetivo maior da vida e em decorrência, quanto menos fizéssemos em nossa existência, tanto “melhor” seria já que nos defenderíamos das maléficas “reações” às ações empreendidas. Este pensamento promoveu a miséria, a estagnação e o descaso com a busca de benéficas soluções através da criatividade, da iniciativa e do trabalho. No ocidente, um sonho semelhante chegou a ser acalentado nos últimos 50 anos, foi o das drogas recreativas mudando a percepção no sentido de ampliar o prazer e o senso de realização, sem que nada tivesse de ser realizado.

Estamos vivendo a era dos antidepressivos e outros psicofármacos, a felicidade está sendo também abordada pelo lado da bioquímica cerebral a ser corrigida no caso de transtornos emocionais. Nesta mesma era, através das psicoterapias busca-se a resolução de conflitos emocionais e promove-se o desenvolvimento humano, proporcionando uma melhora na nossa habilidade em nos relacionarmos e adquirirmos mais prazer em nossa vida. A mente é um instrumento poderoso para obtermos qualquer coisa que acreditarmos que alcançaremos; certamente, a felicidade é o maior objetivo.

(*)Silvio Saidemberg é médico psiquiatra e psicoterapeuta em Campinas/SP
e-mail: ssaidemb@yahoo.com


 

 
 
   
   
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